sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Silva Alvarenga

Madrigal LVII (Ó águas dos meus olhos desgraçados,)

Ó águas dos meus olhos desgraçados, 
Parai que não se abranda o meu tormento: 
De que serve o lamento 
Se Glaura já não vive? Ai, duros Fados! 
Ai, míseros cuidados! 
Que vos prometem minhas mágoas? águas, 
Águas!... — responde a gruta, 
E a Ninfa, que me escuta nestes prados! 
Ó águas de meus olhos desgraçados, 
Correi, correi; que na saudosa lida 
Bem pouco há de durar tão triste vida. 

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